Bom, fui para Araruama sexta passada e logo quando cheguei, dei de cara com o anúncio da estréia desse filme no (único) cinema que tem por lá. Achei estranho, pois normalmente as coisas chegam bem atrasadas por lá. Mas enfim, como esse era um filme relativamente bem esperado por mim, fui assistir.
Antes de falar sobre o filme em si, devo dizer que sou FÃ da série de livros que inspirou o filme. A série "Percy Jackson e os Olimpianos", composta por 5 livros (4 lançados no Brasil), faz inúmeras referências a mitologia grega (a qual eu me interesso bastante) e conta com uma narrativa nem um pouco cansativa e bem divertida. Como em outras séries de sucesso (Harry Potter, Crônicas de Nárnia, Crepúsculo), os livros conquistam fãs principalmente por possuirem um universo totalmente diferente ao qual estamos acostumados. Nessas séries, o protagonista é até certo momento comum e normal, para depois se encontrar em uma vida totalmente diferente a que estava acostumado, seja descobrindo que tem poderes mágicos, encontrando um armário que leva a outro mundo, se apaixonando por um vampiro ou descobrindo que é filho de um dos deuses do Olimpo (como nesse caso).
Essa fórmula é bem conhecida e faz muito mais sucesso atualmente, apesar de já existir há muito tempo atrás. A história "Alice no País das Maravilhas" é um exemplo. Alice, que tem uma vida monótona onde não acontece nada de interessante, ao ver um coelho correndo com um relógio, o segue, encontrando um mundo espetacular, o "País das Maravilhas".
Aliás, podemos nos referir a todos esses mundos que os heróis encontram nos livros como um "País das Maravilhas". Afinal, o hérói, que normalmente leva uma vida chata e comum no começo da história (seja Harry, Percy, Bella, tanto faz), tem a sua vida transformada, para o bem ou para o mal, para uma vida com aventuras.
E nos dias de hoje, todos nós realmente gostaríamos de ter uma vida como a deles, mesmo tendo de enfrentar monstros e outros perigos. Por quê? Porque estamos cansados da nossa vida normal e da nossa realidade. Todos queremos ter grandes aventuras, mesmo que isso signifique que corramos alguns riscos como os heróis das histórias. Quem não gostaria de ter poderes mágicos ou até mesmo o poder de controlar a água? Ninguém. Todos queremos o nosso "País das Maravilhas".
Mas será mesmo que o País das Maravilhas existe? Muitos acreditam ferrenhamente que sim, na esperança de um dia suas vidas mudarem completamente para acabarem provando para si mesmos que são "especiais" ou algo assim. Eu sou um que acredita que o País das Maravilhas existe apenas no mundo dos sonhos, podemos encontrá-lo em Harry Potter ou até mesmo em nossos próprios sonhos, mas uma hora, temos que acordar e enfrentar a realidade, seja ela boa ou ruim.
Após essa "pequena" introdução reflexiva, eu vou (finalmente) falar sobre a história do livro.
Pois bem, Percy é um garoto com dislexia e déficit de atenção, não tem muitos amigos, apenas seu colega de escola Grover Underwood. Depois alguns acontecimentos, ele descobre que é filho de um Deus do Olimpo e é acusado de ter roubado o Raio-mestre de Zeus. Junto com Grover e uma nova amiga, eles vão tentar procurar o raio e provar a inocência de Percy.
Parece bem simples e clichê mas não importa. A diversão que conta, ela que te leva para o País das Maravilhas por um certo tempo, para depois acordar.
Por isso, quem não leu os livros pode até ser que goste e se divirta bastante. Mas quem leu e esteve no País das Maravilhas, vai sentir um gostinho de faltou algo mais.
Por fim, as atuações são razoáveis, destaque para Uma Thurman, na cena da Medusa, a melhor do filme na minha opinião.
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